sexta-feira, 8 de julho de 2011

A Classe Hospitalar e sua criação


  De acordo com Esteves (s/d), a primeira Classe Hospitalar de que se tem notícia no mundo teve seu início na década de 1930, quando Henri Sellier, ministro da saúde da França, inaugurou a primeira escola para crianças inadaptadas, nos arredores de Paris.
O exemplo deste político foi seguido em vários países, como Alemanha, França, Europa e Estados Unidos, a princípio, com o objetivo de suprir as dificuldades escolares de crianças hospitalizadas com tuberculose.
Pode-se considerar como um acontecimento decisivo para o crescimento das escolas nos espaços hospitalares a Segunda Guerra Mundial, devido ao grande número de crianças e adolescentes que precisaram ser hospitalizados por serem atingidos, mutilados ou contraírem doenças contagiosas como a tuberculose viram-se impossibilitados de frequentar a escola (AROSA; SCHILKE, 2007).
No Brasil, a Pedagogia Hospitalar teve início a partir da década de 50, no Hospital Municipal Jesus, no estado do Rio de Janeiro. Atualmente, esse atendimento já existe em várias cidades brasileiras, inclusive em Niterói, região metropolitana do estado do Rio de Janeiro, no Hospital Universitário Antônio Pedro, inaugurado em 15 de janeiro de 1951, sendo re-inaugurado e cedido pela Prefeitura Municipal de Niterói à Universidade Federal Fluminense(UFF) em 1964, com 18 leitos infantis, recebendo crianças que passam em média de cinco à dez dias internadas e realizando por volta de duzentos atendimentos por mês, atualmente com quatro profissionais de educação lecionando. E no Hospital Getúlio Vargas Filho, inaugurado em 29 de setembro de 1954 e municipalizado em 1992, atendendo pacientes dos municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, entre outros, com capacidade para 88 leitos, sendo 18 do Centro de Tratamento Intensivo(CTI), realizando aproximadamente sete mil atendimentos por mês, na emergência e ambulatórios, com 248 internações por mês em um tempo médio de oito dias. Este último possui o serviço de Pedagogia Hospitalar desde 1996, com três profissionais atuando no serviço de Pedagogia. Estes hospitais da rede pública são vinculados à Fundação Municipal de Educação/Secretaria Municipal de Educação de Niterói(FME/SME)(AROSA; SCHILKE, 2007).
            Infelizmente, até o momento, este serviço não existe no Município de Itaboraí, uma localidade com tantas crianças que, por muitas vezes, passam por uma internação, embora conste a existência desse serviço na região.

domingo, 3 de julho de 2011

A nomenclatura da ação pedgógica à criança enferma


A ação pedagógica desenvolvida no ambiente hospitalar tem ainda sua nomenclatura discutida por muitos autores, que dividem-se entre “Pedagogia Hospitalar” e “Classe Hospitalar”.
Pode-se entender como “Pedagogia Hospitalar”:

[…] ramo da Pedagogia, cujo objeto de estudo, investigação e dedicação é a situação do estudante hospitalizado, a fim de que continue progredindo na aprendizagem cultural, formativa e, com vistas ao auto-cuidado e à prevenção de outras possíveis alterações na sua saúde (MATTOS; MUGGIATI, 2001, p. 44).

E como “Classe Hospitalar” entende-se como “a denominação do atendimento pedagógico-educacional que ocorre em ambiente de tratamento de saúde, em circunstância de internação” (AROSA; SCHILKE, 2007).
Enquanto o primeiro parece ter uma visão da qual podemos chamar de “terapêutica”, o segundo compreende a ação pedagógica existente no hospital como um processo educativo intencional propriamente dito, porém em um ambiente diferenciado.
Há ainda, autores que procuram incorporar os dois termos:

Podemos entender pedagogia hospitalar como uma proposta diferenciada da pedagogia tradicional uma vez que se dá em âmbito hospitalar e que busca construir conhecimentos sobre esse novo contexto de aprendizagem que possam contribuir para o bem-estar da criança enferma. […] Essa definição, no entanto, não exclui o conceito de classe hospitalar. Pelo contrário, a pedagogia hospitalar parece ser mais abrangente, pois não exclui a escolarização de crianças que se encontram internadas por várias semanas ou meses, mas a incorpora dentro de uma nova dinâmica educativa (FONTES, 2003, apud AROSA; SCHILKE, 2007, p. 42).

            Embora haja a diversidade de opiniões a respeito do termo mais propício, em um ponto todos concordam: a prioridade desta ação é assegurar as crianças hospitalizadas, a continuidade dos estudos regulares, possibilitando um retorno após a alta sem prejuízos a sua formação escolar.